O Garrano, palavra provável de origem proto-celta gearran, é uma raça de equídeo muito antiga, separada das restantes desde o período Quaternário, que se enquadra num grupo alargado conhecido por Cavalo Ibérico devido às características comuns e à sua origem.
Depois o Garrano, propriamente dito, é o mais antigo por entre os seus, entre as restantes raças irmãs do Norte da Península Ibérica e Sudoeste da França que são identificados como fazendo parto do mesmo Tronco Celta (Equus caballus celticus), nomeadamente o Cavalo do Monte da Galiza, o Asturcón das Astúrias ou o Potok da Biscaia.
Nativo do Minho e Trás-os-Montes, em Portugal, é utilizado desde há muitos séculos como animal de carga e trabalho.
Devido ao seu tamanho, menor que um cavalo comum, é considerado um pônei. Habita atualmente em estado semisselvagem nas zonas da serra do Gerês, serra do Soajo, serra da Arga e da serra da Cabreira, tendo em tempos habitado todo o Norte de Portugal donde é oriundo.
É uma raça protegida devido ao risco de extinção a que esteve sujeito até há pouco tempo.
Descrição
É considerado um cavalo rústico, de montanha e não da planície, e assim seu passo é muito firme sobre terrenos acidentados e ter os cascos muito fortes. Também resulta muito resistente às intempéries e à falta de alimento.
A sua cor é castanho, as suas crinas e rabada de cor preta. O seu tamanho não ultrapassa 1,35 m.
Além de animal de tiro também tem aptidão para sela.
Utilidade
O Garrano foi utilizado como animal de transporte pelo exército português e continua a ser utilizado para carregar madeira e no desempenho de tarefas agrícolas, mas também é utilizado para montar, tendo sido o meio de locomoção ideal nas veredas do alto Portugal. Chegou mesmo a ser utilizado para carregar minérios das minas mais recônditas das serras do Norte durante a II Guerra Mundial.
Encontra-se não apenas no meio selvagem mas também na posse de alguns criadores particulares, que atualmente já vem a aumentar o seu número devido às características do cavalo (dócil para com as crianças, inteligente, trabalhador, de fácil treino..). Daí atualmente participar também no turismo equestre e ser, ainda hoje, utilizado num tipo de corrida de cavalos muito peculiar e muito popular, especialmente em Trás-os-Montes e no Minho, onde é muito admirado. Trata-se da corrida em passo travado, conhecida somente por travado ou travadinho, correspondente em velocidade entre o trote e o galope mas que dá mais conforto ao cavaleiro por fazê-lo saltar pouco da montada. O Garrano aqui demonstra uma aptidão fora do vulgar para a aprendizagem e execução deste tipo de andamento, que antigamente era usado para percorrer grandes distancias com rapidez sem fatigar o viajante.
Em termos ambientais, o efeito da herbivoria dos cavalos assilvestrados, como os garranos, na dinâmica da vegetação atual é semelhante à exercida pelos cavalos selvagens nas paisagens pristinas da primeira metade do Holocênico.
Um dos piores inimigos dos garranos é o lobo-ibérico, levando-os, normalmente, a adaptarem um sistema defensivo em círculo com as crias no interior, repudiando o seu ataque a coice.
Descendência
Muitos terão sido os garranos que partiram de Portugal nas Descobertas. Sendo o país que na altura melhor dominava os mares e que tinha ótimos cavaleiros seria natural que tal acontecesse. É preciso ver que esta raça tinha várias vantagens entre as demais. É o facto de ser de porte pequeno, o que fazia não ocupar tanto espaço, comer menos e sujar menos. Não é muito exigente na alimentação e muito resistente a doenças. Tem cascos mais duros o que possibilitaria a ausência de ferraduras numa distancia cujo percurso fosse maior. Depois é capaz de levar muito peso em cima e andar por caminhos muito íngremes e cheios de obstáculos naturais.
Uma das raças que não engana ter o seu sangue é o Baixadeiro brasileiro.
Fonte: Wikipédia, Google Imagens.
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